sábado, 24 de junho de 2017

O que se vê e o que não se vê

O que aconteceu no passado fim de semana em Portugal é só mais uma manifestação de algo muito mais abrangente que, neste momento, se verifica em todas as sociedades avançadas do planeta; o falhanço do Estado como forma de organização de sistemas complexos, como o é a sociedade global e híper-conectada no séc. XXI. 

O fim das grandes narrativas ideológicas, que nos levaram à pós-modernidade e que tiveram o seu clímax no fim da bipolaridade, não deram origem a nenhuma estrutura alternativa, porque impossível estar formada uma desde já, levando a um estado de letargia onde novos problemas são endereçados por soluções antigas. Só assim se entende que pessoas intelectualmente privilegiadas continuem a defender mais Estado perante a incapacidade total das soluções tradicionais deste modelo organizativo em responder aos princípios estratégicos básicos que lhe deram origem, a saber; promover a segurança e o bem-estar das pessoas.

Estamos numa fase de transição. Temo que o fim possa ser abrupto, violento e obviamente doloroso, mas só ele poderá levar a aceitação, nestas ditas sociedades avançadas, de novas formas de organização, menos centralizadas e colectivistas, menos coercivas e mais voluntárias e partilhadas. 


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