quarta-feira, 8 de março de 2017

A Líbia depois do Daesh - Como Trump pode impedir a próxima guerra

Por Frederic Wehrey e Wolfram Lacher na Foreign Affairs

Entre as muitas crises que enfrenta o novo governo Trump, a Líbia representa um desafio crescente. O Estado do Mediterrâneo está perto de uma guerra civil, o que poderá ter consequências profundamente negativas para os interesses dos EUA e dos seus aliados.

Embora o Estado Islâmico (ISIS) tenha sido retirado das principais áreas de controlo no ano passado e a produção de petróleo tenha recuperado para um máximo nos últimos três anos, a Líbia está mais polarizada e fragmentada do que nunca. O Governo de Acordo Nacional (GAN) de Trípoli, apoiado pelas Nações Unidas, está a falhar as suas funções básicas e enfrenta o desafio de uma facção oriental liderada pelo general Khalifa Hifter e apoiada pelo Egito, Emirados Árabes Unidos e, cada vez mais, pela Rússia. Além disso, a economia está em colapso, e a militância jihadista ainda pode encontrar espaço num pais em caos.


É a hora de uma liderança diplomática americana cuidadosa mas assertiva. A administração Trump deve primeiro estudar as complexidades da líbia, evitando as categorizações fáceis e incorrectas de "islamistas", "seculares" ou "nacionalistas". Deve evitar ver o país apenas através de uma lente antiterrorista e evitar envolver-se em tensões com estados regionais, especialmente o Egipto, na resolução dos desafios. A questão da Líbia para a Europa também é um problema; Sem o apoio americano, o papel europeu não terá credibilidade, convidando a Rússia a ser o principal intermediário de poder. Apoiar um lado nos conflitos da Líbia, como alguns líderes regionais pretendem persuadir os Estados Unidos a fazer, desencadearia uma longa guerra civil. 

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