Não será errado dizer que existem
duas tendências teóricas centrais para explicar o populismo. Enquanto a
primeira o considera uma estratégia para chegada e manutenção do poder, a
segunda percebe-o como ideologia, dado que pressupõe uma visão própria de organização social.
O Populismo confronta os que elegem com os que são eleitos. Esta dicotomia maniqueísta é
essencial à construção populista, dado que a simplifica, reduzindo-a à mais
pura essência; a tensão entre o povo “limpo” e a elite “suja”.
O antipopulismo está ligado a institucionalidade,
à mediação e discussão num universo politico tradicional, universo este que o vê como um elemento perigoso de desarranjo da ordem natural.
O Populismo não pode ser visto
como um ataque à Democracia, pelo contrario, na medida em que ele dá voz “a
quem a perdeu”. No entanto ele é um estorvo, um incomodo para os tradicionalistas
da politica. Para os populistas a democracia representativa foi capturada pelas
elites, que a usam para seu próprio beneficio, havendo a necessidade de
aumentar a sua componente directa de forma a desintermediar o acesso ao poder afastando os usurpadores, substituídos por quem sabe efectivamente “o que o povo
quer”.
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