Um ano depois de Bruxelas o
terror voltou a Londres. O terrorista foi identificado como sendo Khalid
Masood, 52 anos de idade, nascido no Reino Unido, que tinha vivido recentemente
em Birmingham.
Era casado e tinha filhos. A polícia já o tinha investigado anteriormente, mas determinou que ele não era um risco para a segurança. Ontem, à medida que mais prisões foram feitas em Birmingham e Londres, ficou claro que Masood não agira sozinho .Masood fazia parte de uma rede de extremistas jihadistas baseados em Birmingham, que o The Times refere ser um campo de recrutamento para o Estado Islâmico.
Era casado e tinha filhos. A polícia já o tinha investigado anteriormente, mas determinou que ele não era um risco para a segurança. Ontem, à medida que mais prisões foram feitas em Birmingham e Londres, ficou claro que Masood não agira sozinho .Masood fazia parte de uma rede de extremistas jihadistas baseados em Birmingham, que o The Times refere ser um campo de recrutamento para o Estado Islâmico.
Em 14 de julho de 2016, Lahouaiej
Bouhlel, tunisino residente na França, matou mais de 80 pessoas e feriu
centenas ao varrer, com um camião de carga de 19 toneladas, uma multidão que celebrava em Nice o dia da Bastilha. Poucos dias depois deste massacre, um
emigrante afegão de 17 anos que procurava asilo na Alemanha atacou passageiros com
um machado e uma faca num comboio em Würzburg, ferindo quatro antes que a
polícia o matasse.
Tempos depois o ISIS reivindicou
a responsabilidade pelo ataque em Wurzburg lançando um vídeo com o autor que
demonstrou que o ISIS tinha conhecimento prévio do que pretendia atacar. Menos
de uma semana após o ataque de Nice, as autoridades francesas revelaram que Lahouaiej Bouhlel não podia ter agido sozinho. Vários indivíduos foram detidos conectados com o massacre. Um suspeito tinha mesmo posado para uma foto no camião
que Lahouaiej Bouhlel utilizou para matar. Além disso, o perpetrador, planeava
o ataque à meses. O Estado islâmico tomou o crédito da acção e apresentou fotos
do assassino levantando seu dedo indicador no ar.
Anis Amri, tunisino, utilizou o
mesmo meio que Bouhlel e atacou um praça do mercado de Berlim, em 19 de dezembro
de 2016, matando 12 pessoas. Fazia parte de uma rede composta de radicalizados
do Daesh e de outros extremistas locais. Uma câmara de CCTV apanhou Amri,
pouco depois do ataque, apontando seu dedo indicador e indicando seu
compromisso para com a causa do grupo. Quatro dias depois, em 23 de Dezembro, Amri
foi morto numa operação casual em Milão. Ficou claro que o ataque tinha sido
cuidadosamente planeado.
A natureza da radicalização e do
planeamento operacional na era digital transtornou os esforços para perceber e
analisar os ataques realizados por indivíduos isolados. Os Jihadistas que planeavam
os assassinatos no Ocidente costumavam reunir-se pessoalmente em pequenos
grupos em mesquitas, casas ou outros locais discretos. A radicalização ocorria
através do contacto pessoal em bairros problemáticos ou prisões e as
autoridades antiterroristas faziam o seu trabalham vigiando os centros de
recrutamento, monitorizando telemóveis e vídeos de vigilância, para obter provas
de que as células se estavam a reunir preparando algo.
Com o boom das redes sociais e o
crescimento e banalização das aplicações para comunicações criptografadas, a
radicalização e o planeamento operacional podem facilmente ocorrer inteiramente
em ambientes digitais. O Daesh capitalizou a seu favor as tecnologias de comunicação,
construindo comunidades on-line que promovem um senso de comunidade e, assim,
facilitam a radicalização.
O grupo também estabeleceu uma
equipa de recrutadores digitais que usam a Internet para identificar indivíduos com apetência para a causa e para coordenar e dirigir ataques, isto feito sem qualquer conhecimento pessoal dos terroristas.
Perante esta verdadeira
transformação digital das organizações terroristas, o termo “lobo solitário”
não parece mais que uma sound bite que soa bem nos media generalistas e que
tantas vezes os próprios comentadores subscrevem. Estes terroristas nada tem de solitário, só o sendo no dia e hora em que executam o que células organizadas e hierarquizadas planearam durante muito tempo. Este conceito interessa ao terrorismo por duas
razões centrais 1) dá uma imagem de incapacidade da policia perante um único elemento
terrorista 2) promove o medo entre a população, fazendo com que pensemos que “todos
podem ser terroristas em qualquer lugar em qualquer instante". É tempo de
mudarmos de discurso por muito “romântico” que soe à comunicação social.
Uma alcateia é uma estrutura
altamente organizada e hierarquizada sendo que todos os membros obedecem a leis determinadas pelo colectivo. Esta é a única forma de, em ambientes muito
adversos, se garantir a sobrevivência do grupo. Esta estrutura social promove como prioridade a
unidade e ordem, reduzindo os conflitos e os comportamentos
agressivos entre os integrantes. Como o Daesh.
Sem comentários:
Enviar um comentário