A
guerra de trincheiras é uma guerra de impasses, e é uma guerra em que a
Inglaterra tem a dificuldades de fazer a sua força terrestre e como tal a
Inglaterra vais á procura de novos aliados, seno que assim irá ter com o Japão,
prometendo os territórios alemães a baixo do equador na China.
Também no médio oriente se procuram
aliados, os Otomanos caem para o lado dos alemães e os Árabes e Judeus para o
lado inglês. Apesar de aliados, estes novos aliados podem gerar atritos no
interior da aliança, sendo que isto ameaça em 1915 a própria Entonte.
A guerra adquire a sua
característica de imobilidade. No Natal de 1914 ambas as frentes pararam, sendo
que nenhum dos comandos gostou disto, sendo que as forças de ambos os lados
confraternizaram, prestam respeito aos mortos (o que é raro nesta guerra ou
seja, não existe respeito pelos mortos porque a guerra é demasiado rápida, e
por isso não há tempo para prestar respeito aos mortos, sendo que quando os
homens caiam na terra de ninguém é que eles ficavam lá), e portanto, neste
Natal de 1914 cada uma das partes dá-se ao trabalho de prestar respeito aos
mortos.
Lidar com a morte era constante para
os combatentes, sendo que estes homens estavam 24 sobre 24 horas sobre
bombardeamentos, para mais, quando se escavavam trincheiras, ou se levantava
terra para encher sacos de terra muitas vezes encontravam-se cadáveres, o que
fazia com que lidar com a morte fosse normal, e isto explica o porquê dos
excessos da década de 20, sendo que as pessoas depois de passarem vários anos a
lidar todos os dias com a morte tentam intoxicar-se com a vida.
1915 é por isso um momento
importante, visto que esta guerra de impasse leva á procura de novas alianças.
Durante os primeiros 5 meses (até maio) de 1915, o governo liberal inglês tenta
acomodar a realidade inglesa ás necessidades da guerra, mas este governo inglês
não se vai aguentar e os conservadores vão atacar, sendo que Winston Churchill
é obrigado a afastar-se do seu lugar no almirantado, sendo que ele é culpado
pela falta de municiamento da frente e da campanha de Gallipoli.
Assim vê-se que nos primeiros meses
o avanço é dos Otomanos e dos Alemães (contra os russos). Os avanços que os
alemães fazem neste período, vão suscitar fenómenos anti semitas russos,
fenómenos que se formulam em ataques às pessoas de etnia judaica e às suas
posses, o que levou a mortes e êxodo forçados.
É no entanto interessante ver que,
quando este êxodo acontece, acontece para o interior da Rússia, sendo que os
Judeus são acusados de cooperar com as forças alemãs.
A Itália pede á Áustria a soberania
sobre zonas que esta achava que eram suas, mas a Áustria não cede, sendo que
depois disto a Itália faz acordos para o aumento da Itália pela costa da
Dalmácia, pela Albânia e pelo Norte de África, tudo rectificado pela Inglaterra
e França.
Os russos recebem dos ingleses em
Março de 1915 aquilo que os ingleses negaram aos russos por todo o Séc. XIX que
é o controlo das populações russas na zona do Médio Oriente no pós guerra, isto
em troca de um esforço de guerra russo nesta zona.
Os Arménios são incentivados a lutar ao lado
dos russos contra os turcos em troca de um território seu e independente e, apesar de isto acontecer, o movimento dos arménios contra os turcos não é
generalizado e assim os turcos fizeram o êxodo de cerca de 1 milhão de
arménios dos quais 400.000 morreram. Estes massacres dos arménios são
denunciados pelos media, sendo que o embaixador arménio pede auxílio na
Rússia, nos EUA e na Alemanha.
1915 é o ano em que a Inglaterra se
debate com uma grande insurreição na Índia. Isso a obriga a estender
as suas forças, sendo que com o falhanço da Gallipoli irá levar a que em 1916 a
Inglaterra retire.
Com o afundamento do Lusitânia em
1916, marca-se também a diminuição da tonelagem no mar pela Entente Cordial.
Para as potencias centrais, o paradigma é outro, sendo que existe uma
progressão a leste, obrigando a que os Russos retirem do que é a Polónia, de maneira que Varsóvia é capturada.
Em 1915 existe um processo alemão em
que os grandes investidores e industriais alemães, aproveitando o ‘boom’ que a indústria
sofreu devido á guerra, pretendiam aproveitar os territórios polacos capturados
de maneira a engrandecer esta zona criando zonas aráveis e fontes de
matérias-primas.
Desta maneira, tenta-se criar
negociações secretas com a Rússia, sendo que esta recusa sair da guerra com
percas de território. Para mais a Alemanha oferece apoio sistemático a divisões
internas, visto que vemos um aumento de deserções e vemos um aumento do
conflito urbano, sendo que a Alemanha vê estes movimentos a crescer em 1916, e
ir-se-á ver estes movimentos a serem bem-sucedidos em 1917, sendo que neste ano
Nicolau II abdica do trono russo, e vê-se os Mencheviques a chegar ao poder,
mas sendo este novo governo um governo que quer uma constituição, mas que quer
continuar o esforço de guerra e portanto isto não agrada aos alemães.
A Rússia não tem dinheiro para
manter este esforço de guerra, e como a Inglaterra e a França também não
possuem dinheiro para emprestar, de maneira que de 1915 a 1917 a Divida Publica
Externa russa irá aumentar imensamente, sendo que a Inglaterra irá emprestar
dinheiro á Rússia seguindo-se os EUA. O problema aqui é que a partir de 1917 a
Inglaterra deixa de estar em condições para emprestar dinheiro, e por isso,
terá de pedir emprestado aos EUA para que depois a Inglaterra possa emprestar
aos russos.
Assim sendo o esforço de guerra vai
continuar por parte da Rússia.
Acompanhando isto, as negociações
secretas que estavam a ser negociadas com os russos são acabadas com a
proclamação de um reino da Polónia por parte de Guilherme II, sendo esta
Polónia protegida pela Alemanha.
Existem também mudanças internas no
Império Áustro-Húngaro, visto que este tenta criar uma identidade germânica no
Império (exceptuando a Hungria) sendo que só Professores Alemães podem dar
aulas, o alemão passa a ser língua oficial e todos os Juízes terão que ser
alemães.
A Itália entra na guerra contra os
poderes centrais, e isto vai alterar a geoestratégia da Guerra, sendo que a
Bulgária entre na guerra pelos poderes centrais, mas apenas com a Alemanha e
Áustria, sendo que no final da guerra teria para si territórios perdidos nas guerras
balcânicas, sendo que esse terreno era Turco (aliados da Alemanha). A Bulgária
é tão importante para a guerra que vai obrigar a que os Ingleses e franceses a
desembarcar nos Balcãs.
A Grécia é um caso de separação,
sendo que metade do país é a favor dos poderes centrais (monarquia), mas a
outra metade irá aliar-se pela Entonte Cordial (Governo). A Albânia também se
divide, sendo que existem albaneses que possuem rancor contra a Sérvia pelas
guerras balcânicas e uma minoria quer aliar-se à Sérvia.
A Entonte Cordial retira de
Gallipoli e a situação em Inglaterra é difícil, sendo que o primeiro-ministro é
substituído por Loyd George que era próximo de Churchill e que era um
entusiasta pela guerra e por uma maior participação na guerra, sendo que disto,
o Serviço Militar Obrigatório, sendo que isto vai para além da frente francesa,
sendo que se tinha notado com as revoltas na Índia que, enviar forças indianas
para a frente de combate e treinar essas forças para depois as enviar de volta à Índia poderia ser mau.
Este Serviço militar Obrigatório não
é bem recebido, sendo que Inglaterra é também bombardeada por dirigíveis. Assim
sendo o serviço de propaganda enceta por um esforço sistemático. Começa a
censura às cartas dos combatentes, enceta-se por um esforço sistemático da
diabolização do inimigo. Este esforço até 1916 é feito pelos Ingleses e
Franceses, mas a partir de 1916 também os EUA e a Itália irão encetar nesta
actividade, visto que os EUA são vistos na impressa alemã como um aliado dos
ingleses e franceses, isto devido ás relações que estes três possuem relações
estreitas.
Nesta época os EUA são e serão
neutrais, visto que Wilson é reeleito em 1916, a 7 de Novembro de 1916, o
Presidente Wilson envia uma proposta de paz a todos os países em guerra, sendo
que reforça a ideia que de os EUA são neutrais e abarca para si a função de
criador de paz no mundo.
Estas cartas de paz não são bem
vistas, sendo que a Alemanha está a ganhar a Leste e a Turquia está a fazer
recuar os ingleses. Mas também a Inglaterra na pessoa de Loyd George afirma que
uma paz negociada neste momento só iria aumentar um ambiente de militarismo,
sendo que a guerra só deveria acabar com a sobreposição de uma máquina militar à outra.
Ainda no final de Novembro o
Presidente Wilson irá reiterar esta proposta de paz, sendo que no final de
1916, Wilson, irá fazer um discurso em que irá mencionar um sistema de direito
internacional que deveria impedir as guerras, a Sociedade das Nações.
Isto também será recebido com
oposição.
Na guerra o objectivo da França era
recuperar o que perdeu em 1871, mas também está com os olhos na anexação do
Saar, que era a zona de extracção mineira alemã, mas trata-se também a
capacidade da França de controlar para além do Reno, o que será próximo da
Geografia da França/Alemanha no pós guerra.
Nicolau II não tem problemas em
aceitar isso, mas quer saber como se pode compensar a Rússia por um aumento
territorial da França, sendo que os interesses da Rússia são os de manter a
integridade do território Russo. Este território é alvo dos Alemães como p caso
da Ucrânia e a Finlândia (que até 1917 foi província russa). Na Finlândia
existiu um movimento de recrutamento alemão, para que se formassem forças
autónomas, para que estas combatessem os russos.
Agora já não se fala de apoios aos
nacionalismos para afectar internamente os inimigos, mas sim da nova geografia
europeia.
A Inglaterra tem dificuldades em
ceder o Saar à França, sendo que os Ingleses não gostam de ver a França a
substituir a Alemanha como grande potência no continente. Para isto a
Inglaterra irá oferecer posses no Médio Oriente, de maneira que este Médio
Oriente irá ser repartido entre a Rússia, Inglaterra e França, sendo que a
partir de 1918 o Médio Oriente só será repartido pela França e Inglaterra
devido ao isolamento Russo.
A partir de 1916 começa a revolta
Árabe. Sendo que com isto os Ingleses e Franceses procuram novos aliados, e por
isso começam a fazer negociações com os EUA para que estes entrem na guerra,
com o argumento de que os EUA se não interviessem na guerra, os EUA também não
poderiam participar nas negociações do pós guerra.
Estas negociações irão contra o
‘Monrroismo’ que é estabelecido em 1823 como a política externa americana. Esta
política será a política de “América para os americanos”, esta América para os
EUA é todo o continente Americano (Norte e Sul). Sendo que esta política afirma
que os EUA não intervêm no espaço da influência europeia, e os europeus não
intervêm nos espaços de influência americana.
Esta lógica de Politica Externa
Americana dura até 1898, sendo que com a guerra contra a Espanha em 1899, os
Americanos demonstram interesse de expansão marítima naquilo que são espaços da
Espanha que é uma potência europeia. Outra lógica de expansão é a do pacífico,
sendo que quando chegam ao pacífico, também o Japão está a expandir-se na mesma
área.
Theodore Roosevelt irá muscular a
política externa americana, sendo que esta politica externa irá ser apontada
para a participação na guerra pelo lado da Entonte Cordial, sendo que isto deveria
ser feito pela produção de armamento e pelo aumento do Exército Americano, e
isto vai contra o que Wilson quer. A posição de Wilson é apoiada por boa parte
da população, sendo que a ideia era de que os rapazes americanos não deveriam
morrer na Europa, mas já haveriam americanos a combater desde 1915 na Europa.
Existem muitos Afro descendentes que
pegam em armas para combater na Europa, algo que lhes era impossível na
América.
Assim Wilson força uma proposta de
paz, que é negada, sendo que as Potências da Entonte Cordial já estão a
negociar o pós guerra, mas a paz trás bons agoiros aos Aliados divido aos
fortes e eficazes bloqueios marítimos. A Alemanha não possuía uma retaguarda,
sendo que desde o início da guerra havia racionamento. Este racionamento começa
cedo porque os Alemães conhecem a sua população, e por isso a guerra contra a
Alemanha é vista como ganha não na frente mas sim no interior.
Esta guerra é vista como
beneficiária ( e é mesmo ) para os grandes proprietários agrícolas e fabris, visto
que o esforço de guerra aumenta as encomendas e a mão de obra prisioneira não
recebe, e por isso é bem mais barata, o que leva a que empresas como as Krup,
ganhem nova influência sobre o Kaiser para que este continue uma guerra que boa
parte do seu governo já não queria.
Contrariamente a isto, a Inglaterra
possui uma redefinição da economia nas suas posses o que leva a que continua a
haver fome, mas que não seja tão extensivo quanto ao que se passa na Europa.
Isto lava a que a Alemanha necessite
de uma mudança de ideia por parte dos EUA, o que leva a que se crie o telegrama
‘Zimmerman’, que pretende saber quão predisposto estão os EUA a entrar na
guerra ao lado da Entonte Cordial, e se assim for, a Alemanha teria de
encontrar aliados no Novo Mundo, como o México, aliciando o México no pós
guerra com territórios americanos que os mexicanos teriam perdido no Séc. XIX.
Um telegrama com indicações para o
Embaixador Alemão no México, com indicações sobre o que fazer em termos de
declaração de guerra por parte dos EUA contra os alemães. Este telegrama é
alterado pelos serviços secretos britânicos depois de ser interceptado pelos
mesmos, e seguidamente é enviado (já alterado) para os EUA, o que leva a que
haja um corte das comunicações diplomáticas entre os alemães e os EUA.
Este telegrama é publicado nos EUA,
e a partir de 1 de Março de 1917, todos os decretos do Kaiser são considerados
para além da declaração de guerra, sendo que os EUA vêm o telegrama como
declaração de guerra visto que eram uma potência Neutral.
É neste palco que os Portugueses
chegam com 55.000 homens ao combate.
A partir de Março de 1917 com a
primeira revolução Russa, existe uma manifesta perca de efectividade militar.
Sendo que o Soviete (Grupo de trabalhadores e operários, que faz de si um órgão
de decisão colectiva) em São Petersburgo é contra a participação na guerra
(Lenine ainda não está na Rússia), assim entre Março e Outubro de 1917 a
situação é Anárquica, o exército perde o controlo. Existem imensas situações de
deserção e insubordinação, visto que o governo quer que a Rússia se mantenha
na guerra mas não consegue controlar os exércitos.
É assim que os EUA entram na guerra,
já depois da primeira revolução Russa, e por isso Wilson diz que entra na
guerra sem ser aliado da Rússia Autocrática.
Mas outro argumento é de que a
industria dos EUA perde imenso a nível industrial se estiver fora da guerra,
mas entra também porque a Alemanha reage como lhe é possível, sendo que a única
maneira que os alemães possuem em responder ao escalar da guerra é com a guerra
submarina, e por isso aumentam a guerra nessa frente, de maneira que tudo o que
navega é alvo legitimo para os alemães. Esta selvajaria não se vê por exemplo
nos Turcos, que se restringem no bombardeamento de Hospitais e navios Hospitais.
Theodore Roosevelt diz que não seria
possível ser pacifista num mundo em guerra, mas também diz que a guerra
beneficia a indústria americana.
A indústria americana estaria em muito mal
estado.
O ano de 1916 vê as batalhas de
Verdan e Somme, sendo que o Kaiser alemão tem na sua ideia que Verdan é onde
acaba a guerra, visto que o sistema de fortes da zona é de tal importância que
o Kaiser previa que os Aliados investissem todos os seus homens para proteger
esta área e portanto enfraquecia outros sectores, assim podendo-se conquistar a
França. A batalha do Somme é a resposta dos Aliados, sendo que os Franceses são
bem-sucedidos, mas os ingleses não.
Ambas as batalhas acabam sem
resultado decisivo. Assim no inico de 1917 está-se num enorme impasse.
A única coisa que saí das duas
batalhas é a incapacidade da Alemanha de manter a sua indústria e Agricultura a
funcionar ao nível necessário para manter a frente de guerra e a frente interna
a funcionar. Sendo que a mudança de paradigma com a forte realidade da entrada
dos EUA na guerra, leva a uma desmoralização dos homens que estão a combater
pelas potências centrais, muito menos se estivessem a combater desde 1914.
Para mais em 1916 morre o velho
imperador Austríaco, sendo que o novo imperador Carlos, consegue perceber que o
seu Império não aguenta a guerra, e por isso está preparado para fazer a paz,
mas Guilherme II não o permite.
Existe também uma espécie de
insubordinação industrial alemã, visto que em ambiente urbano, as pessoas fogem
das cidades para os campos para que assim sejam capazes de fugir aos controles
do Estado. Em Janeiro de 1918 a Alemanha tem uma enorme vitória com a rendição
da Rússia, sendo que ao mesmo tempo possui problemas nas suas fileiras, visto
que as deserções sobem e afectam os oficiais.
Com a saída da Rússia da guerra
forma-se o Reino da Polónia, da Finlândia e os estados bálticos. Mas a ideia
alemã do início da guerra, de derrotar a Rússia e depois passar as suas forças
para Ocidente já não tem a força que tinha, visto que a ocidente as coisas
teriam mudado.
A entrada dos EUA na guerra leva a
que os estados da Entonte cordial tenham mais fácil acesso a crédito, haverá
partilha de conhecimento e tecnologia.
Mas a entrada dos EUA na guerra
revela também que desde 1914, as potências em guerra tenham alterado a sua
forma de governo, sendo que a forma de cooperação a partir de 1917 entre as
potências da Entonte Cordial muda.
Até 1917 o negócio com a Entonte
Cordial é feito com ouro e por isso é que depois da guerra a maior parte do
ouro está nos EUA. A partir de 1917 o apoio é feito em forma de crédito, quer
com taxas de juro ou a fundo perdido.