segunda-feira, 22 de maio de 2017

Trump e os seus amigos da Arábia Saudita

Este post é para todos os que como eu acreditaram em Donald Trump. Mais, este post é para aqueles que ainda acreditam nele.

Justin Raymondo tem hoje um violento artigo contra Donald Trump e a sua “viagem de negócios” à Arábia Saudita. Reescrevo as palavras de Justin;



Compreendo bem Justin Raymondo. Eu penso igual e não sou propriamente um paleo-conservative. 



Tudo isto é demais. 

O discurso anti-terrorista de Trump ontem foi, no mínimo, surrealista por dois motivos; O primeiro é que ele foi realizado na Arábia Saudita, que acolhe e defende os maiores patrocinadores do terrorismo de sempre, o país que doou centenas e centenas de biliões de dólares para a causa do radicalismo islâmico. Al-Qaeda e também o Daesh vivem também dos fluxos financeiros que a casa de Saudi lhes transfere.

A segunda razão é que havia 55 ( ! )  líderes do medio oriente a ouvir Trump. Do egípcio Al-Sisi que está a combater o radicalismo islâmico e a tentar sufocá-los com os métodos brutais que conhecemos, ao Qatar, por exemplo, que é um patrocinador do terrorismo que El Sisi combate. E o primeiro-ministro da Tunísia, Yussef al-shaed, que tem de gerir o país que produziu mais combatentes jihadistas de sempre e não é capaz de passar uma lei no parlamento que os coloque a julgamento. Para todos eles Trump teve a mesma conversa.

Mas o importante - tal como com o "Nobel da Paz" Obama - mais que os discursos eloquentes são os factos. E esses dizem que Trump, assim como Obama e Bush , se está a preparar para inundar a Arábia Saudita com armas que podem bem acabar na mão dos terroristas, - 350 biliões ao longo de dez anos, com 100 biliões imediatamente. O maior negócio de armamento de sempre.

Nada muda com Trump.

Nada vai mudar, mesmo em relação a Israel. Trump vai fazer a proposta de costume "menos colonatos, menos violência para com os palestinos” e Israel vai fingir que aceita, sabendo que os colonatos são vitais para a sua estabilidade e a sua economia. 

A única diferença real entre Obama e Trump, é a ênfase colocada em como o Irão é a causa de todos os males do Médio Oriente . Irão, aliado da Rússia e da China no “one road, one belt”.

O acordo nuclear de 2015 foi, de facto, a página mais bem-sucedida nos oito anos de política externa de Barack Obama. Mas é bom lembrar que as sanções dos EUA contra Teerão existem há 25 anos e nunca foram retiradas devido à oposição da maioria republicana no Congresso. 

Com estas posições, talvez Trump queira recuperar essa parte do Partido Republicano que nunca o amou e que continua a não amar. Pelos vistos o bombardeamento da Síria não foi suficiente para os Reps deixarem passar o Trumpcare. 

Se Trump realmente acredita que é apenas o Irão o desestabilizador do Médio Oriente, e não vê a enormidade dos danos causados pelos seus aliados como a Arábia Saudita, Qatar e a Turquia, então só podemos esperar mais guerra.


Ninguém vive acossado. Sobrevive. E por isso se ajoelha.

O pântano ganhou. Outra vez.



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