quinta-feira, 25 de maio de 2017

O combate ao terrorismo em Portugal; Da necessidade de uma nova entidade


Criada por despacho do Primeiro Ministro em Fevereiro de 2003, após os ataques terroristas das Torres Gémeas nos EUA e antes do Euro 2004, é o órgão de coordenação e partilha de informações, no âmbito da ameaça e do combate ao terrorismo, sendo o responsável nacional em Portugal pela coordenação dos planos de execução das acções previstas na Estratégia Nacional de Combate ao Terrorismo entre as entidades que a integram.

Esta entidade, coordenada pelo Secretario-Geral do Sistema de Segurança Interna integra os comandantes e directores nacionais das forças e serviços de segurança, o SIS, bem como - e a convite do SG-SSI função das matérias a tratar - o Chefe do Estado-Maior -General das Forças Armadas, a Autoridade Marítima Nacional, o Presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil ou o Coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança entre outros.

Sem prejuízo da existência desta estrutura de coordenação, composta por chefias de topo e intermédias, penso ser o momento de pensar a criação de um órgão central de prevenção e alerta terrorista, composto por elementos com formação nas áreas especificas do terrorismo, conforme proposto por Hermínio Joaquim de Matos no seu livro “Sistemas de Segurança Interna; Terrorismo & Contraterrorismo”.(2015)

Esta potencial entidade seria a responsável operacional de recolha, processamento, análise e difusão de informações relativas à prevenção do fenómeno terrorista, permitindo em tempo real uma big picture do fenómeno. Para Herminio Matos esta unidade dependeria em termos funcionais do Gabinete do SSI, integrando a Unidade de anti terrorismo da PJ e representantes das demais FSS com competência especifica no terrorismo, dependente em termos orgânicos do Secretário do SSI e do SIRP.

“O ideal seria que nesta estrutura fossem integrados, de modo permanente elementos com capacidades técnicas e culturais para a pesquisa analise e produção de informações de nível estratégico e operacional que possam ser de auxiliar valioso no apoio à decisão”. (Matos, 2013, pp 89). Isto é desde os especialistas em línguas, até aos analistas com formações variadas e responsáveis pela produção dos relatórios de análise.

Apoiado em modernos sistemas e tecnologias de informação, este será um espaço por excelência para a eliminação da recorrentemente referida falta de interoperabilidade entre sistemas e as FSS´s, dando mais condições de trabalho e potenciando a partilha e análise conjunta dos que em Portugal melhor conhecem este fenómeno que todos queremos erradicar; o terrorismo.

A Líbia, Estado em desagregação, polvilhado de milícias islâmicas e nacionalistas e neste momento âncora de recepção para os jihadistas que estão a ser derrotados no Iraque e Síria, fica a poucas milhas de Portugal. Para bom entendedor.... 





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