sexta-feira, 7 de abril de 2017

Trump e Putin: A ruptura foi concluída hoje na Síria.

O ataque de hoje de forças norte americanas a uma base aérea síria na província de Homs, para além de ser um acto de guerra efectivo, marca uma mudança radical de posição do presidente americano em relação a Assad e não pode ser visto fora do contexto da política interna norte americana e da necessidade que Trump tem neste momento em se afastar de tudo o que o ligue à Rússia e a Putin. De alguma forma, Trump foi convencido que a Rússia interferiu nas eleições americanas e que é uma efectiva ameaça à integridade nacional dos EUA.

Tudo começou com o afastamento de Michael Flynn como assessor de segurança e da sua substituição pelo Gen MacMaster que é tudo menos um apreciador da Rússia, tendo mesmo referido publicamente que ela é a maior ameaça aos EUA neste momento. Com o aumento de influência de McMaster inicia-se uma purga entre todos aqueles que de alguma forma privilegiam ou defendem Putin e depois de Flynn caíram os notáveis Bannon e Nunes.

Trump sabe que o povo americano não perdoaria haver pró-russos no governo.Seria uma traição aos EUA ! Podemos tirar os EUA e a Rússia da guerra fria, mas não podemos tirar a guerra fria dos EUA e da Rússia ! Além disso o eixo China -Irão – Rússia tem de se sentir incomodado e Trump já decidiu que quer ser um elemento de incomodo por extrema necessidade do seu plano económico .

Ao que tudo indica Trump ficou sensibilizado pelas imagens de “lindos bebés sírios” e crianças mortos no ataque com gaz pelas supostamente forças Sirias pró Assad e decidiu intervir, curiosamente numa base que serve de ataque ao Daesh muito presente na região. É pena que só agora o presidente americano tenha ficado sensibilizado com os mortos e a guerra, pois não se conhecem posições formais relativamente aos milhares e milhares de mortos causados pelas intervenções Norte Americanas no médio oriente e no norte de africa.

Um ataque com mais de 50 tomwahks não se prepara de hoje para amanhã. A rápida reacção ao ataque químico na cidade síria de Khan Shaykhun, na província de Idlib, na terça-feira, e que ninguém em consciência sabe porque foi feito e por quem ao contrário das certezas deTillerson, parece preparada para que haja uma justificação para uma intervenção ilegal à luz do que são as supostas regras de intervenção internacional. A Síria é um estado soberano, Assad legitimamente eleito e a Rússia está a intervir na Síria porque Assad assim o pediu. O mesmo não pode ser dito dos EUA e de outros países ocidentais e da região.

A politica externa de Trump começa a ser clara. Será anti-Rússia e intervencionista. As coisas são o que são e não o que queremos que elas sejam. Esta é a máxima realista que pêlos vistos continua valida com esta nova administração americana.


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