O ataque de hoje de forças norte
americanas a uma base aérea síria na província de Homs, para além de
ser um acto de guerra efectivo, marca uma mudança radical de posição do
presidente americano em relação a Assad e não pode ser
visto fora do contexto da política interna norte americana e da necessidade que
Trump tem neste momento em se afastar de tudo o que o ligue à Rússia e a Putin. De alguma forma, Trump foi convencido que a Rússia interferiu nas eleições
americanas e que é uma efectiva ameaça à integridade nacional dos EUA.
Tudo começou com o afastamento de
Michael Flynn como assessor de segurança e da sua substituição pelo Gen MacMaster que é tudo menos um apreciador da Rússia, tendo mesmo referido publicamente que ela é a maior ameaça aos EUA neste momento. Com o aumento de
influência de McMaster inicia-se uma purga entre todos aqueles que de alguma
forma privilegiam ou defendem Putin e depois de Flynn caíram os notáveis Bannon e Nunes.
Trump sabe que o povo americano não
perdoaria haver pró-russos no governo.Seria uma traição aos EUA ! Podemos tirar os EUA e a Rússia da
guerra fria, mas não podemos tirar a guerra fria dos EUA e da Rússia ! Além
disso o eixo China -Irão – Rússia tem de se sentir incomodado e
Trump já decidiu que quer ser um elemento de incomodo por extrema necessidade do seu plano económico .
Ao que tudo indica Trump ficou sensibilizado pelas imagens de “lindos bebés sírios” e crianças mortos no ataque
com gaz pelas supostamente forças Sirias pró Assad e decidiu intervir, curiosamente numa base
que serve de ataque ao Daesh muito presente na região. É pena que só agora o presidente
americano tenha ficado sensibilizado com os mortos e a guerra, pois não se
conhecem posições formais relativamente aos milhares e milhares de mortos
causados pelas intervenções Norte Americanas no médio oriente e no norte de
africa.
Um ataque com mais de 50 tomwahks não se prepara de hoje para amanhã. A rápida reacção ao ataque químico na cidade
síria de Khan Shaykhun, na província de Idlib, na terça-feira, e que ninguém em consciência sabe porque foi feito e por quem ao contrário das certezas deTillerson, parece preparada para que haja uma justificação para uma intervenção
ilegal à luz do que são as supostas regras de intervenção internacional. A Síria é um estado soberano, Assad legitimamente eleito e a Rússia está a intervir na Síria porque Assad assim o pediu. O mesmo não pode ser dito dos EUA e de outros países
ocidentais e da região.
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